Neste texto de hoje falaremos sobre expectativas e nossas reações improdutivas, bem como dos ajustes que podem nos ajudar.
É bastante comum pessoas estabelecerem algum tipo de idealismo sobre figuras de autoridade, quando essas figuras são por elas admiradas. E junto com essa admiração e idealização, vêm várias expectativas até mesmo inconscientes sobre atitudes, respostas, resultados, etc. O problema é que, quando o ‘alvo da admiração’ faz algo que não corresponde, ou corresponde de forma diferente daquilo que se espera, a frustração e consequentes reações geradas tendem a ser muito mais catastróficas do que seriam em situações em que o relacionamento fosse diferente, com idealizações e expectativas mais niveladas.
E para entender melhor trago uma situação real.
Um cliente trazia uma situação relativamente cotidiana em que tinha de tomar algumas decisões com relação a sua equipe e seu líder direto queria que ele agisse de forma diferente, pois ambos tinham visões distintas sobre como lidar com a situação. E, apesar da situação ser um tanto trivial num contexto corporativo, meu cliente estava claramente inflamado e muito incomodado, trazendo o relato com frustração e negativismo.
À medida que buscamos mais clareza da situação em si, bem como de como ele estava lidando internamente com ela, ele acabou se dando conta do nível de admiração que tinha com relação àquele líder, o que fazia com que, sem querer… e mais frequentemente do que gostaria de reconhecer… tivesse reações desproporcionais quando o que era falado e/ou feito por aquele líder frustrava suas expectativas pré-idealizadas. Nesses casos, sua interpretação negativa tomava proporções enormes, ao invés de conseguir entender que se tratavam de situações normais no tipo de relação que tinham e do trabalho que era desenvolvido conjuntamente por eles.
Veja, o que aconteceu com meu cliente não é incomum. Pelo contrário! Em casos assim, quando alguém tem uma reação diferente do que idealizamos, o cérebro tende a ver isso como uma ameaça, tendo uma reação de ‘bater ou correr’, o que pode impactar tanto na aliança como na produtividade… que não é o que se deseja.
E qual a conclusão principal dessa reflexão? A de que pessoas são só pessoas! Seja alguém que você admira profundamente, coloca expectativas altíssimas ou acha que não falha… pessoas continuam sendo só pessoas. E, muitas, mas muitas vezes mesmo, as expectativas que colocamos sobre elas… ou na verdade sobre qualquer um, tendem a ser falsas, pois partem de nossos filtros e nossos quadros e referências individuais de necessidades e valores. Só que, quando existem essas expectativas excepcionais, a decepção atrelada à não satisfação será muito maior. Em ambos os casos, no entanto, a culpa da frustração não terá sido do outro… mas sim de quem se deixou esperar por algo irreal.
A pergunta que fica é: Na próxima vez que alguém frustrar você, você vai dar uma importância tão grande a ponto de impactar no seu próprio foco e produtividade, além da sua aliança com essa pessoa? Ou você vai olhar para essa situação como parte do processo e do problema… como mais um elemento da equação que precisa ser solucionada, caminhando pra frente, lembrando que pessoas são só pessoas, e que portanto elas reagirão e agirão de forma diferente daquela que você espera?
Lembrando, nossa proposta com textos e vídeos é sempre de ajudar líderes e organizações na produtividade e alianças, bem como num mundo de pessoas de verdade, que são capazes de se desenvolver de maneira também verdadeira, gerando dia a dia um mundo melhor.
Ah, e aqui vale uma observação pessoal… visitei um novo cliente corporativo outro dia. Cheguei lá arrumada, ele de terno e gravata… tudo como tinha de ser. Conversa vai, conversa vem… e descobrimos que moramos na mesma cidade – na verdade num bairro onde as pessoas se encontram a cada esquina… e que a chance de nos encontrarmos de ‘chinelo e boné’ era imensa… demos risada e criamos uma ótima afinidade… afinal, pessoas, no final, são só pessoas.
É isso aí.