O tema Liderança Feminina é uma pauta cada dia mais presente nas discussões estratégicas de grandes corporações. Em alguns contextos tem se falado em diversidade de gênero e inclusão e de forma geral o que se destaca é que as mulheres estão buscando reconhecimento por suas competências e resultados conquistados, e uma remuneração com base nesses parâmetros.
Este fato tem sido observado na experiência da R122 e em conversas recentes com clientes.
Neste cenário, é importante pensar, em cada contexto, quais são as competências necessárias para desempenhar bem a função de liderança? Ter essa clareza, é fundamental tanto para boas práticas de análise de desempenho e desenvolvimento, quanto para mulheres que têm o desejo de ascender profissionalmente e assumir novas posições de liderança.
Em um estudo de caso realizado pela R122 junto ao RH de uma multinacional do ramo da indústria, as mulheres em posição de liderança, demonstraram algumas principais competências que favoreciam os resultados e um bom ambiente corporativo, segundo valores e metas organizacionais.
Segundo a pesquisa, as mulheres que assumiam posição de liderança, tinham as seguintes competências mais desenvolvidas:
– Empatia: com essa capacidade de se colocar no lugar do outro, olhar com os olhos e com o coração do outro, essas mulheres líderes conseguem engajar mais as pessoas. Elas têm uma preocupação se o outro está bem (algo além de cumprir metas, ela pensa no outro). Vale lembrar que a Empatia é considerada como uma das competências do futuro, e segundo o estudo, nas mulheres da companhia, é uma competência predominante.
– Sensibilidade: com forte ligação com conceito anterior, as mulheres desta companhia conseguem interagir e trabalhar melhor com pessoas.
– Ser Multitarefas: no sentido de conseguir liderar várias frentes ao mesmo tempo.
– Tomada de decisão: as mulheres demonstraram a capacidade de agir mais pela intuição, no sentido de conseguir agir sem ter todos os dados e fatos na mesa. Fazem as coisas andarem, mesmo em cenários “incompletos” e encontram respostas no caminho.
– Gestão e controles: líderes mulheres demonstraram mais força ao gerir projetos e diferentes demandas, bem como fazer o acompanhamento de tudo isso.
Um outro lado da moeda, neste contexto, é ao fazer a Gestão das Pessoas. Por conta do espírito de acolhimento, cooperação e liderança mais humanizada, quando se trata de fazer a equipe performar e se desenvolver, essas mulheres precisam desenvolver a assertividade e a capacidade de dar feedbacks mais difíceis de serem dados, mas necessários para o desempenho da equipe. Por isso, esta é uma competência passível de desenvolvimento ali.
Vale comentar que um extremo que surge em algumas mulheres é a “mulher trator” – situação em que como Líder, ela age buscando se provar, impõe, é mais dura, até abrupta e mais dominante. Segundo o estudo, este é um estilo de liderança que precisa ser desenvolvido, pois especialmente naquele contexto (que é um retrato de muitas empresas), tem sido buscado um estilo de liderança mais equilibrado, onde as pessoas performam de forma saudável e estruturada, o time permanece engajado e o líder é agente de mudança. Afinal, na entrega de resultados, há uma pressão psicológica inerente, onde cada indivíduo lida de forma diferente. Se o líder não consegue filtrar, ou potencializa a pressão, não é um referencial de boa gestão.
Cabe então a pergunta – como ter uma liderança mais humanizada, mas trazer resultados para companhia?
Por fim, compartilhamos cinco princípios importantes para desenvolver a Liderança Feminina:
- Trabalhar o Autoconhecimento – aqui especialmente relacionado às competências presentes e quais precisam ser desenvolvidas. Pois a partir disso, fica claro o caminho de onde focar e em que me desenvolver.
- Definir qual Investimento será feito – de tempo e financeiro, para desenvolver GAPs e potencializar forças. Por exemplo, priorizar um curso para desenvolver questões técnicas? Priorizar desenvolver uma habilidade?
- Trabalhar a Liderança de si mesma – isso engloba a definição clara de objetivos – o que quero atingir? Como trabalhar melhor meu tempo? Como priorizar o que é importante?
- Fazer Paradas Estratégicas, para analisar onde está e sair do automático. Isso para driblar a tendência de “sair fazendo”, sem pensar estrategicamente.
- Fazer Análises de Resultados – mas é um resultado que vai além: o que eu tive de ganhos no processo? Quais aprendizados? Com o que saí desta experiência?
Tanto a mulher que é líder pode pensar nos princípios, quanto RHs que queiram potencializar mulheres na posição de liderança. E, então, onde você está neste processo?
(Texto escrito por Aline Freiras e Patrícia Schuindt)