O momento do desemprego pode trazer, além das incertezas, angústias, dúvidas sobre si, impactos financeiros e psicossociais, de diferentes níveis. É comum encontrar algumas dificuldades no caminho principalmente quando o tempo do desemprego se estende e a área financeira se torna uma grande questão a lidar.
Por isso, é tão importante o fortalecimento emocional e capacitação para encarar os desafios na busca de um novo emprego.
Eu trabalho com processos de desenvolvimento de carreira há alguns anos e a partir da minha experiência também com pessoas em recolocação profissional, gostaria de compartilhar três atitudes importantes a serem consideradas nesse processo. Então, se você está buscando um novo trabalho e quer alcançar o tão esperado sim, esse texto foi feito para você.
Atitude 1: sonhe e planeje no curto, médio e longo prazo e aproveite as oportunidades!
– “O que você está buscando como trabalho?” ou “o que você gostaria de fazer / que cargo ocupar?”
– “Ah! Eu faço o que aparecer de trabalho, pois preciso ganhar dinheiro e pagar minhas contas”.
Existem respostas similares a esta que refletem uma atitude de quem busca o emprego de se adaptar completamente às vagas existentes, para suprir de imediato as necessidades financeiras, sem considerar minimamente aquilo que realmente gostaria de exercer como ocupação profissional.
Em algum momento, isso realmente pode ser necessário e pode ser uma solução imediata e importante, considerando a realidade de cada um. Porém, tanto do ponto de vista do processo seletivo, quanto da construção de carreira, pode ser um “tiro no pé”.
Em processos seletivos, nas entrevistas, provavelmente os entrevistadores te perguntarão algo relacionado a este assunto. E quanto mais claro estiver para você, mais fácil será de comunicar o que gostaria, portanto, mais confiança você passará.
Em uma pesquisa que fiz com alguns entrevistadores, eles trouxeram a importância do autoconhecimento e do candidato saber responder sobre seus sonhos, objetivos e planos futuros. Não saber o que você quer, pode te enfraquecer no processo.
É claro que diante de oportunidades, a nossa capacidade de adaptação pode ser um caminho necessário. Mas adaptação é diferente de “topar qualquer coisa”. Adaptação é ter um plano, mas temporariamente aceitar possibilidades que surgem. E aí enquanto você trabalha fazendo aquilo que te dá um retorno imediato, focar em boas entregas, no crescimento e aprendizados. Paralelamente, estabelecer objetivos e se preparar lembrando que isso é um processo. Por isso, visualize, acredite em seus sonhos, planeje estabelecendo objetivos macro de curto e médio prazos e se capacite para um objetivo que faça sentido a longo prazo na sua carreira.
Atitude 2: não fique sozinho (a)!
É importante conversar com pessoas e interagir para se relacionar e aprender. Não tenha receio de pedir ajuda e de dizer o que está buscando às pessoas, nem mesmo de dizer que não está bem, se for o caso!
É comum encontrar pessoas que se isolam e não compartilham sobre esse momento com ninguém. Algumas delas estão em sofrimento interno e têm constrangimento de assumir isso a alguém. Buscar uma rede de apoio pode tornar o processo mais leve e fortalecer os aspectos emocionais, além de ser uma possibilidade de ampliar suas oportunidades.
Converse com colegas de profissão, com pessoas que estão na mesma situação que você, assista / leia conteúdos sobre o tema e forme uma rede. Isso faz muita diferença e pode impactar na confiança e na segurança nos processos seletivos.
Atitude 3: prepare-se para contar a sua história!
Outra atitude é treinar contar a sua história. Não é para fazer isso com objetivo de decorar ou ir mecanizado a uma entrevista. Isso é ruim. Mas é preciso ter muita clareza da própria história e ser efetivo ao comunicá-la ao outro (fazer esse exercício te ajudará também a escrever bem seu currículo).
Pare para refletir sobre quais foram os marcos, as vitórias que teve em sua trajetória, os projetos que você entregou, a diferença que fez nos lugares onde trabalhou.
Em processos seletivos com base em avaliação por competências, poderá ser útil se preparar com o acrônimo S.T.A.R.:
Pense em sua trajetória profissional e descreva suas principais experiências profissionais utilizando o seguinte roteiro:
S = Situation: qual a situação que você / seu empregador enfrentaram?
T = Task: quais tarefas estavam envolvidas na situação?
A = Action: quais foram suas ações?
R = Results: quais foram os resultados dessas ações?
Você pode fazer esse exercício primeiro por escrito ou falando sozinho e depois pode treinar contar a alguém – combine com algum colega ou alguém da família. Isso fortalecerá as conexões em sua mente e trará mais clareza quando for a situação real, o que possivelmente aperfeiçoará sua comunicação durante a entrevista.
Finalizo aqui esse texto e pergunto: você tem encontrado dificuldade em alguns desses aspectos?
Seja intencional em seu avanço e dê pequenos passos. Se você tiver alguma dúvida sobre as atitudes e sobre como passar por esse momento, deixe uma mensagem ou comente aqui.
Texto escrito por Patrícia Schuindt, que é Psicóloga e Professional Certified Coach (PCC), credenciada pela ICF (International Coach Federation), e atua em processos de Planejamento de Carreira e Coaching de Líderes. Para falar com a Patrícia: pschuindt@r122.com.br