Outro dia conversava com uma amiga querida, uma executiva sênior que está vivendo um momento de pensar em empreender. Falávamos sobre a autoexposição e respectivas dificuldades e vieram reflexões bacanas que compartilho aqui.
Ela contava sobre um desafio que eu também tive em determinado momento da carreira, que é a vontade de compartilhar coisas que sabe e que acredita que podem ajudar outras pessoas, quando há outros falando publicamente sobre o mesmo tema e que já têm reconhecimento. Ou seja, ainda que ela tenha muito conteúdo pra compartilhar, se já há outros fazendo, o que teria a acrescentar?
Como falei, eu mesma passei por esse desafio quando comecei a R122, pois, pra pessoas mais ‘antigas’ como eu, esse universo midiático em que todo mundo pode se expor nas mídias sociais pode ser muito paralisador no início!
O que compartilhei com minha amiga e me ajudou muito é a reflexão de que talvez seja verdade que já existam outras pessoas falando sobre o mesmo tema e com referenciais consolidados, mas o que talvez essas pessoas não tenham é acesso ao nosso círculo de influências… pois esse é só nosso do jeito que ele é.
Veja bem, quando falamos em círculo de influências consideramos quatro elementos: 1. Um conjunto de pessoas que é único. 2. Pessoas que nos conhecem e talvez não conheçam essas outras pessoas. 3. Pessoas que entendem nossa forma de falar e se identificam com ela. 4. Pessoas que têm uma afinidade e confiança tal conosco que faz com que se abram emocionalmente para escutar coisas às vezes difíceis ditas por nós, enquanto não escutariam as mesmas coisas de outras pessoas.
E pensar em círculo de influências se aplica tanto para quem se propõe ao lançamento a uma carreira empreendedora, como a executivos que entendem que a competência geralmente denominada “postura de dono” (altamente requerida no mundo VUCA) requer uma abordagem totalmente intraempreendedora.
Aliás, falando sobre o intraempreendedor, quantos executivos ingressam nas corporações com aquela conhecida síndrome do impostor, quando a pessoa acha que ela não merece estar ali, que vão ver que é um impostor e não vai dar conta do recado. E daí, justamente quando esses executivos são mais requeridos a se expor e “mostrar ao que vieram”, deixam de ocupar o lugar que deveriam ou retardam/atrapalham esse processo.
Ou seja, enquanto o intraempreendedor corre o risco de fugir da exposição por aspectos como a síndrome do impostor, o empreendedor pode fugir pela sensação de não ter muita novidade para trazer para um ambiente midiático em que todo mundo está exposto e falando sobre assuntos afins.
Mas, a partir dessa reflexão convido você, seja qual for sua situação, a pensar no círculo de influências que é só seu… aquele que é único e composto por pessoas que estão abertas a escutar o que você tem a dizer, porque têm afinidade e confiam em quem conhecem!
É… é uma mudança de mentalidade que pode ajudar a lidar com bloqueios. E como sabemos que trabalhar no iceberg de baixo pra cima é poderoso, pode ser uma virada de página para algumas pessoas como foi para mim e como foi para minha amiga. Assim espero!
É isso aí!