Esses dias assisti a um filme que se chama “Um homem entre gigantes”. Ele conta a história, com base em fatos reais, de um médico legista, Dr. Bennet Omalu (Will Smith), que fez descobertas muito importantes sobre a relação entre danos cerebrais e o jogo de futebol americano. Ao diagnosticar um severo trauma cerebral de um jogador, e estudando outros casos, ele descobriu ser um mal comum entre os profissionais dessa modalidade esportiva.

No filme, ficou claro o drama vivenciado pelo profissional, que precisou lutar com grandes instituições esportivas para revelar essa verdade às pessoas. É fácil perceber a complexidade da situação. Uma paixão nacional, que movimenta milhões e, naturalmente, uma trama que envolve interesses, conflitos e a necessidade de uma mudança em um sistema. Quanta coragem foi necessária, pensando no personagem principal, para seguir adiante e ir contra algo tão bem estabelecido, mas que trazia um risco desconhecido àqueles jogadores. No filme fica claro o preço alto que foi pago para ir contra o sistema, em busca de construir algo para o bem dos jogadores e suas famílias. Foi necessário muito esforço, tempo e lidar com impactos na vida pessoal. Isso me faz pensar e admirar muito pessoas com essa coragem. Que demonstram responsabilidade e senso de propósito.

Mas o que quero destacar nesse texto é sobre escolhas na carreira.

No momento final do filme (pra quem não assistiu, alerta de spoiler), o médico legista que lutou arduamente e venceu sua batalha, recebeu uma proposta de carreira que, falando de ascensão profissional, parecia irrecusável. Era uma posição muito importante nos Estados Unidos, trazia uma mudança e ampliação de escopo e ficava claro que era um reconhecimento que representava um outro nível de atuação.

Mas, ele simplesmente disse não. Ele não aceitou à proposta. Uma surpresa? Por que ele não aceitou? Embora pensando do ponto de vista de mudança de status e ascensão, parecesse perfeito o crescimento, a mudança de escopo, as responsabilidades e a necessidade de mudança de cidade, não estavam alinhados ao que ele gostaria. Ele optou por seguir com os planos que tinha junto à sua família. Para ele, não fazia sentido mudança de função e abrir mão do que eles gostariam de ter como estilo de vida.

Ele decidiu seguir seu coração e o que era importante pra ele sobre como gostaria de viver.

Partindo dessa cena, a reflexão que trago aqui é que as convicções que temos em nosso coração, só nós sabemos. E isso é algo muito particular, de situação, para situação. Tem pessoas que na situação dele optariam por aceitar a proposta e viver tudo aquilo, e estariam realizadas. Mas pra ele não era esse o caminho.

E tem escolhas de carreira que realmente não são óbvias e que muitas vezes para os outros podem ser até estranhas. “Por que você não aceitou aquela proposta?”, “por que você não vai trabalhar com aquilo?”, “qualquer pessoa gostaria de receber uma oportunidade dessas”…Então, essa convicção que vem de dentro precisa estar forte dentro de cada um.

E o problema é que às vezes algumas pessoas não param pra se escutar.

É preciso parar, observar e sentir, para entender de fato que caminho queremos seguir como carreira e escolha de vida. E nosso trabalho influencia muito neste sentido do estilo de vida e rotina que temos, por diversos fatores.

Como você está com relação a isso? Como você tem integrado seu trabalho e os outros aspectos de sua vida?

Nem sempre aceitar um próximo passo na carreira, que significa uma ascensão profissional, mais dinheiro e mais status, é o caminho que todo mundo vai seguir. É preciso que cada um faça suas análises, escute o que realmente quer construir, compreenda as consequências de suas escolhas e tenha muita consciência para seguir um caminho que faça sentido.

O que você pensa sobre isso?

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