Hoje falaremos sobre uma questão muito importante quando pensamos em desenvolvimento humano, que se refere a amplitude x consolidação.

Existe um padrão interessante quando facilitamos qualquer processo de desenvolvimento que passa por um início de muitas descobertas e por isso entusiasmo, mas depois um possível desânimo porque as descobertas já não são tantas quanto no começo.

E é aí que reside o cerne deste texto – o fato de que as descobertas, por si só, não garantem o desenvolvimento de ninguém e somente a transformação daquelas descobertas em algo consolidado é que resultará num desenvolvimento eficaz. Vamos aos conceitos para entender melhor.

Amplitude significa a quantidade de coisas e aspectos que analiso, descubro, trabalho… a quantidade de coisas que entendo sobre mim mesmo, meus desafios, meu contexto, etc. Já a consolidação significa o quanto efetivamente transformo essas diversas descobertas em novas habilidades, construo o que chamamos de “novos normais” e crio musculaturas verdadeiramente consolidadas naquilo que quero desenvolver.

Lembremos do próprio conceito de competências, que leva o acrônimo CHA dentro de si = Conhecimento, Habilidades e Atitudes. Conhecimento aqui é a informação que adquirimos, o insight que temos, a descoberta que fazemos – é aquilo que passamos a saber. Habilidade é a capacidade que adquirimos de aplicar aquele conhecimento na prática – aqui é o aprender a fazer. Já a Atitude é o querer fazer. Assim, não bastará eu aprender todas as regras de futebol para achar que sei jogar… e nem saber as regras e ter toda a habilidade do mundo se não levantar da cadeira com garra para entrar em campo e dar o meu melhor. É só com esses três fatores juntos que posso dizer que um jogador é competente de verdade… e da mesma forma acontece num processo de desenvolvimento.

Sempre falamos também dos 4Cs baseados em princípios neurocientíficos para desenvolvimento de qualquer habilidade, competência, hábito, que são a Consciência, a Consistência, a Cadência e o Coração. E trago esses dois conceitos para reforçar a presente reflexão.

Em geral, quando alguém se propõe a passar por qualquer processo de crescimento há uma expectativa referente ao esforço dedicado x os resultados que serão obtidos com aquilo – especialmente porque na maioria das vezes não estamos falando sobre algo quantitativo, mas muito mais qualitativo. Além disso, toda vez que descobrimos algo que nos parece valioso e traz a sensação de aproximação de nossas metas liberamos neurotransmissores que geram prazer e entusiasmo. Por isso é natural que a pessoa espere ter aquela sensação de eureca durante todo o processo… atende às expectativas, é gostoso e dá energia e engajamento!

O problema é que tudo será inócuo se as descobertas e novos conhecimentos não ganharem consistência e forem consolidadas em musculaturas hábeis para levar a pessoa a novos resultados. Será como escrever um monte de coisas incríveis num papel, guardar num lugar muito especial e depois de um tempo esquecer que tudo aquilo existe, caindo rapidamente nos padrões anteriormente estabelecidos na memória, a qual muitas vezes está extremamente consolidada.

Por outro lado, quando há o entendimento que o grande valor está em se transformar as descobertas em algo sustentável e perene, a pessoa percebe a importância da consolidação e se dedica a ela com muito mais afinco, aumentando as chances de ser bem-sucedida em atender as expectativas que tinha no início do processo de desenvolvimento.

Minha proposta hoje é trazer conhecimento para prepará-lo para toda vez que você buscar desenvolver algo, ou quiser facilitar o desenvolvimento de outras pessoas de sua equipe. A informação aqui exposta e o gerenciamento das expectativas pode ser a linha divisória entre o sucesso e o fracasso… e por isso vale a pena considerar, não é mesmo?

É isso aí.

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