A dica deste texto é bem pontual e relativamente simples de ser aplicada.
E pra começar esclareço que o tema pode dar a impressão que fomentaremos o individualismo e egoísmo, mas não se trata disso. Falaremos, sim, de algo que tem relação com inteligência emocional, negociação e comunicação.
Sabe, a inteligência emocional é um conceito amplo que envolve diferentes frentes, sendo uma delas o autoconhecimento, que é a capacidade de uma pessoa se perceber sob os mais diversos aspectos; e outra o autogerencimento, que é a capacidade de gerenciarmos aquilo que percebemos sobre nossas emoções em prol daquilo que temos como alvos, ou para nos adequarmos a ambientes, pessoas ou situações.
Aprofundando o autogerenciamento, como é difícil conseguirmos gerenciar nossas emoções quando algo confronta nossos valores ou crenças, não é mesmo? Isso sem falar quando há situações que tocam em pontos mais sensíveis para nós.
Aliás, mesmo quando sabemos que somos mais sensíveis em alguns aspectos, às vezes é praticamente impossível de nos mantermos pragmáticos em dadas situações. É nessas horas que cabe uma expressão comumente utilizada na neurociência, a de que houve um rapto do sistema límbico (responsável por grande parte de nossa atividade emocional), fazendo com que nossa capacidade de inibir impulsos, analisar a situação e tomar decisões de forma racional vire pó!
Só que há algo muito pontual e simples (como já falei antes) que pode ajudar sem que precisemos fazer grandes viagens internas. E pra isso faço uma pergunta para que você mesmo comece a refletir sobre esse ponto. Quantas vezes será que nos perguntamos, antes de inteirações e situações, quais são nossos alvos e o que queremos construir ali? E o que seria diferente se tivéssemos esse hábito?
Pois bem. É justamente por não termos essa clareza e não nos fazermos essa pergunta que muitas vezes ficamos mais sensíveis a aspectos que ‘raptam nosso sistema límbico’.
Pense esses cenários.
Imagine que sou sensível a julgamentos e entro em uma reunião para entregar um grande projeto. Ao entrar ali e começar a explanar meus pontos, recebo um primeiro questionamento que me pega de surpresa e me deixa inseguro quanto ao que estou entregando. Na sequência, percebo um olhar diferente de outra pessoa e isso começa a me deixar nervoso e distraído, perdendo todo fio da meada e a capacidade de entregar o que planejei num primeiro momento.
Ou, algo mais pessoal. Vou à festa de um grande amigo e lá encontro alguém que não gosto e que geralmente me provoca com comentários ácidos, os quais eu rebato no mesmo tom, pois essa pessoa me tira do sério. O resultado é a geração de um clima difícil na festa e a ruína da minha noite.
O que teria sido diferente se no primeiro cenário eu tivesse muita clareza da mensagem que queria passar e o tipo de ambiente que gostaria de fomentar? E se no segundo eu focasse em me divertir e gerar um ambiente leve e gostoso para as pessoas que gosto? Bom… talvez a chance de gerar melhores resultados fosse maximizada um bocado, certo?
Pois é… o autogerenciamento pode ser muito ajudado quando temos a clareza de nossas metas maiores, como os resultados objetivos que queremos atingir, ou o tipo de ambiente que queremos fomentar, os valores e/ou a cultura que queremos construir, etc. Só que, como sempre, isso depende de um ato voluntário e consciente que, se treinado de forma consistente, pode se tornar um hábito.
A partir dessa explanação, fica a provação. Ao longo dos próximos dias, pergunte-se antes das interações que podem ser mais desafiadoras: Quais são meus objetivos? O que eu quero construir? O que quero fomentar?
E fique focado nisso, buscando perceber os resultados ao final, especialmente versus como poderia ter sido se não tivesse clareza de seus objetivos mais macro. Para consolidar o que já falei, busque construir valores, cenários, ambiente, alianças, além dos resultados em si…
Pra finalizar… imagine como seria um contexto em que as pessoas tivessem o hábito de se manter firmes na clareza dos objetivos maiores… como isso geraria mais autogerenciamento e como haveria impacto em produtividade, não é mesmo?
É isso aí!