Hoje o texto é sobre equilíbrio entre vida pessoal e profissional, um tema que as pessoas recorrentemente refletem e quase nunca chegam a uma conclusão, ou quando chegam ficam inseguras com as possíveis consequências das escolhas feitas.
Num dia desses eu conversava com um cliente que sempre privilegiou a vida profissional e se dedicou a ela com máxima prioridade. Acontece que ele agora se encontra num momento de escolhas diferentes, com um aumento de foco na vida pessoal também, preparando seu casamento e pensando num futuro com filhos.
Ao levantar esse tema, duas foram as perguntas que trouxe: “O que é ter equilíbrio?”, “Quanto existe de preconceito do mercado com relação a pessoas que optam por atingir esse equilíbrio?”
Antes de falar sobre nossa exploração e conclusões, faço uma interrupção pra mencionar que antes de trabalhar com desenvolvimento atuei por quase 10 anos com recrutamento, sendo que uma das frentes que liderava era voltada ao mapeamento de brasileiros que cursavam os principais MBAs do mundo. O trabalho envolvia a identificação, contato, entrevistas, além de realização de uma pesquisa que desenhava o perfil desse aluno, a qual era compartilhada como conteúdo especializado com o mercado.
Nessa pesquisa, uma das perguntas que fazíamos era justamente sobre equilíbrio – o que eles consideravam equilíbrio de vida. E as respostas que apareciam eram as mais aleatórias, individuais e específicas que você pode imaginar. E, mesmo conhecendo o conceito de tantas pessoas preparadas como eram aqueles alunos, nunca tinha escutado uma definição tão coerente como a que resultou da conversa com meu cliente atual…
Voltando a nossa conversa, depois que ele lançou aquelas duas perguntas começamos a explorar as possibilidades. Quando voltei a pergunta sobre o que era equilíbrio para ele, sua resposta já me chamou atenção por se focar num referencial interno – e não uma máxima aplicável a todas as pessoas: “Sentir que estou desempenhando bem meus dois papeis; ou conforme minhas expectativas sobre eles”
Depois de falarmos e explorarmos um tanto a partir desse referencial, ele chegou a uma fórmula com três componentes:
1. Escolha:
Equilíbrio envolve fazer uma escolha consciente que terá consequências.
2. Realidade:
A partir do momento que faço uma escolha, tenho de entender que as realidades serão diferentes – se, por exemplo, antes eu podia me dedicar totalmente ao trabalho, agora não poderei mais e inclusive isso afetará a opinião que as pessoas têm sobre mim.
3. Referenciais internos:
Preciso acessar meus próprios referenciais internos do que é cumprir bem meus papeis a partir das escolhas que fiz e da nova realidade que surgiu.
Achei essa ‘fórmula’ muito madura, coerente e sustentável, pois tem o potencial de tornar a pessoa muito menos sensível e sujeita ao que os outros pensam e dizem. Ao acessar seus referenciais internos com coerência, entendimento e clareza é possível consolidar e manter o conceito de equilíbrio de maneira fluida e adaptável a diferentes momentos e escolhas de vida.
Decidi compartilhar essa conclusão pois pode ser que haja, entre nossos leitores, alguém que esteja exatamente num momento de fazer escolhas e se deparando com muitas dúvidas e inseguranças.
Se você é uma dessas pessoas, talvez esse conceito tão sustentável possa ajudar. Espero que sim!
É isso aí.