Hoje vou trazer uma dica sobre autogerenciamento.

Sempre falamos do tal do iceberg, que é o fluxo: o que penso define como me sinto, que define como ajo, o que por sua vez me afasta ou aproxima dos resultados que busco.

Geralmente esse fluxo é bastante inconsciente e por isso gostamos tanto de trabalhar com ele, pois ao descobrir nossos pensamentos e sentimentos é que muitas vezes desvendamos a motivação por trás de nossos comportamentos, para que então lidemos ou gerenciemos melhor e mais eficazmente com esse iceberg.

Sempre falamos em hábitos internos e externos, sendo que hábitos internos têm relação com como estamos acostumados a filtrar, pensar e sentir as coisas, enquanto os externos são os comportamentos que temos a partir daí.

Todo tipo de hábito é questionável e transformável com a utilização daqueles 4Cs que são a Consciência, Coração, Consistência e Cadência e por isso o ideal é que nosso iceberg seja gerenciado integralmente e de baixo pra cima quando possível, o que é a forma mais sustentável de se fazer. Assim, a ideia seria rever pensamentos e sentimentos, gerando a seguir novos hábitos internos e externos.

Só que como tudo que é ideal, às vezes isso também tem suas exceções pois há casos em que a revisitação e ressignificação dos pensamentos e sentimentos talvez dependa até de trabalhos mais profundos como uma terapia por exemplo – e isso pode levar mais tempo. E o que fazer em casos assim? Dividir o iceberg em dois. Explico.

Conversava com um cliente que vinha trabalhando muito focado no autoconhecimento e autogestão, só que em determinado momento ele se viu voltando a um padrão anterior de mais agressividade, o que impactava tanto na gestão de equipe como no relacionamento com pares. Chateado com essa percepção de volta a padrões indesejados ele trouxe duas perguntas: “Por que retorno aos padrões antigos?” e “Como faço para que isso não aconteça de novo?”

À medida que investigamos descobrimos alguns gatilhos – ou seja, o que estava embaixo do iceberg – bem como padrões resultantes daí. Para ele, toda vez que há um impacto sobre seu senso de valor ou como é percebido pelos outros, há um enorme sentimento de insegurança, o que o faz pesar a mão sobre a equipe para gerar resultados. Apesar de ser um movimento não intencional, na maioria das vezes isso o leva a consequências diferentes do que deseja. Era isso que estava acontecendo naquele momento.

Quando percebeu o gatilho, também entendeu que a insegurança, em si, seria mais difícil de lidar no curto prazo, mas a resposta a ela poderia ser gerenciada imediatamente – bastaria identificar o gatilho, lembrar de sua reação padrão e decidir conscientemente como responder para gerar o que deseja. Enquanto isso, paralelamente buscaria gerenciar a insegurança em si.

Trazendo para nosso iceberg, o que ele percebeu foi: ao identificar pensamentos como “não sou importante”, “não tenho valor”, “vou ser mal avaliado”, bem como sentimentos de ansiedade, preocupação, insegurança, relacionou ao comportamento de pesar a mão sobre a equipe para gerar resultados, chegando a um estresse na equipe e nos relacionamentos, o que não era bom para ele.

A nova forma de olhar para o iceberg foi: ao entender os pensamentos e sentimentos, talvez ele não conseguisse lidar com eles de forma tão rápida a fim de gerar os resultados desejados. Mas, como a resposta que ele queria era diferente da que estava tendo e isso estava bem claro, o comportamento poderia ser diferente ao perceber o gatilho, enquanto trabalhava na base do iceberg.

Essa é uma forma bacana de entender essa divisão e uma comprovação de que é possível se gerenciar os hábitos internos e externos paralelamente quebrando o iceberg em dois. Ainda que seja necessário trabalhar todos os seus pontos, é possível trabalhar paralelamente quando necessário.

E você? Será que está lidando hoje com questões internas que parecem difíceis de gerenciar e que o levam a resultados indesejados? Bom, agora você sabe que, enquanto trabalha na ressignificação interna, pode sim escolher como responder.

É isso aí.

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