Você já parou pra perceber o que acontece quando uma pergunta é feita?

Mesmo quando estamos dispersos, prestando atenção em alguma coisa, a pergunta tem o poder de fazer com que paremos o que estamos fazendo e nos voltemos a buscar a resposta.

Aliás, quantas vezes você está distraído enquanto alguém fala, quando ao final da frase a pessoa solta um “né?” É inevitável que sua atenção se volte à conversa como não estava até aquele momento. Afinal, quando uma pergunta é feita, o cérebro volta grande energia e foco para encontrar a resposta.

E, se a pergunta por si só tem esse poder, sua forma e conteúdo podem gerar ainda maior impacto. Explico. Algo que se sabe sobre o cérebro é que, quanto mais colocamos foco em algo, mais esse algo fica fortalecido. Quando, por exemplo, eu fico focando demais num problema e não busco perspectivas diferentes, a tendência é que aquele problema se torne cada vez mais difícil de ser solucionado.

Assim, quando eu faço uma pergunta que leva alguém para a justificativa, a culpa, o problema, o drama, a pessoa que escuta a pergunta vai buscar sua resposta, bom… na justificativa, na culpa, no problema e no drama – o que só fará com que tudo isso seja fortalecido, reforçado e cada vez mais estabelecido.

Agora, se eu faço uma pergunta que foque na investigação positiva, na solução, na ampliação de consciência, será justamente para esses lugares que irá a mente da pessoa que busca a resposta – o que resultará em estados mentais e emocionais muito mais produtivos.

E, baseado nesse pensamento foi criado o termo Perguntas Poderosas.

Perguntas Poderosas são aquelas que auxiliam os outros a pensarem melhor, caminharem melhor, decidirem melhor… São simples em sua estrutura, mas precisas em seu conteúdo. São livres de julgamento e intenção oculta, mas cheias de curiosidade e encorajamento. Dão à pessoa um espaço seguro para descobrir a verdade, além de investigar e explorar possibilidades.

Nelson Mandela, grande líder sul-africano foi um excepcional líder-coach. Ele acreditava no potencial das pessoas e as auxiliava a descobrirem seus próprios caminhos para chegarem a maiores e melhores resultados. No filme Invictus, que conta a história de como Mandela usou o rugby para auxiliar a unidade entre negros e brancos quando foi presidente mostra um pouco disso. Num determinado momento ele chama o capitão do time de rugby (François) para conversar. Nessa conversa Mandela pergunta a François como inspirar as pessoas à grandeza…

Essa pergunta me faz pensar o seguinte. Quem, mais do que Mandela, poderia ensinar como inspirar a grandeza nas pessoas. Afinal, ele foi um homem de uma grandeza ímpar! Ainda assim, ele optou por perguntar e instigar François a buscar sua própria resposta. Sua pergunta não focou no problema que o rugby vivia naquele momento, nem na tensão que existia no país… mas ela levou François a sonhar, a buscar algo novo e a olhar por outra perspectiva muito mais produtiva e expansiva.

Quero fazer um convite a você. Pense nas suas perguntas… onde elas levam as pessoas a olharem? E, se você é um líder de verdade, possivelmente deseje repensar a forma com que pergunta e reformular para algo muito mais eficaz. E quero também convidá-lo a imaginar… como seria se você passasse a fazer perguntas que ajudassem as pessoas a buscarem soluções, recursos e novas perspectivas?

Pense nisso e aja. Você pode!

É isso aí.

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