Ah, como é bom viver as facilidades do século 21. Como é bom ser atendido rápido, comer rápido, ler rápido… como é bom……….. Será?!
Inúmeras são as discussões, estudos e pesquisas que consideram a era acelerada que vivemos. Alimenta-se mal, vivem-se níveis de estresse incríveis e a superficialidade nos toma como resultado do excesso de informações a que somos expostos todos os dias. E, em meio a tudo isso, temos de ‘ser bons’, ‘ser mais e melhor’ a todo instante. Produtividade é o lema!
O problema é que, assim como nos acostumamos a ter tudo rápido, queremos que o desenvolvimento e a obtenção de metas sejam… bem…. rápidos! E fazemos cursos, lemos livros, vemos filmes e assistimos a palestras motivacionais. E se alguma parte é retida e aos poucos podemos incorporar algo do que vamos conhecendo ao longo do tempo, muito… a grande maioria… é perdida pelo caminho.
Quantos anos você tem hoje? Quais são seu traços mais marcantes? Quais suas habilidades mais fortes? Será que você chegou nisso da noite para o dia? Como será que chegou onde está… sabendo o que sabe? Posso dizer que seu cérebro é formado por conexões que se tornam mais fortes quanto mais usadas ao longo do tempo. Isso é assim com memórias, sejam intelectuais ou de habilidades.
Há um conceito no mundo de ‘gente e gestão’ (ou recursos humanos, entre outras formas) que se chama competência. Competência é a junção de três aspectos que num acrônimo formam a palavra CHA: Conhecimento, Habilidade, Atitude. Diz-se coloquialmente que Conhecimento é o ‘saber’, enquanto a Habilidade é o ‘saber fazer’ e a Atitude o ‘querer fazer’. Ou seja, a competência significa que tenho um conhecimento, sei aplicá-lo na prática e de fato o utilizo.
Um exemplo incrível de falta de competência está no futebol brasileiro. Não estou falando dos jogadores e profissionais do ramo, mas dos milhões de ‘técnicos’ que acreditam saber tudo sobre futebol. Essa massiva maioria pode até conhecer alguma coisa na teoria (alguns acham que sabem na prática), mas saber o conceito e saber jogar o suficiente para estar em campo são coisas totalmente diferentes…. e ter a atitude para se permanecer… é ainda uma terceira coisa, não é mesmo?
O fato é que para se adquirir uma habilidade, há um processo necessário a ser percorrido (e diferentes autores poderiam discorrer sobre o mesmo racional de forma diferente):
- Conhecer o conceito.
- Ter motivação interna / acreditar com o coração.
- Reforçar o conhecimento por exercícios, discussões, críticas, expansões de conceitos.
- Testar na prática e colher resultados.
- Distender e ajustar a prática.
- Avançar continuamente na qualidade da aplicação prática.
- Continuar fazendo…
Por que é importante que as pessoas saibam disso? Porque estamos nesse mundo rápido e há muita oferta de ‘transformações de vida’ que se baseiam em treinamentos e acontecimentos pontuais que mexem violentamente com as emoções e geram a sensação de transformação ao final, mas que com o passar do tempo viram boas memórias passadas. É fato que um registro cerebral pode ser fortalecido e enraizado dependendo do nível de emoção associado, mas habilidades verdadeiramente desenvolvidas não o são com o simples conhecimento… é necessário que se aja, e com os 4Cs (veja nosso texto sobre os 4Cs) – Consciência, Consistência, Cadência e Coração!
Minha sugestão a partir desse rápido texto? Não se contente com fórmulas mágicas de transformação na sua vida. Fomos desenhados pra desenvolver, sim, mas com esforço e dedicação. Aliás, poucas vezes sentimos tanto prazer quanto quando conquistamos algo a partir de um processo de esforço genuíno.
‘Fórmulas mágicas’ podem até existir, se considerarmos o brilhantismo que existe em sua composição… mas… para desenvolver habilidades não basta saber; tem de fazer. Por isso, nos próximos treinamentos, livros e palestras a que se dedicar, não se contente em compreender o que é explicado para depois guardar o material numa estante ou armário. Proponha-se a aplicar na prática o que aprendeu e verdadeiramente chegue a voos muito mais altos!
É isso aí.