Hoje falaremos sobre o foco dado às situações com que lidamos.

Vivemos constantemente situações de dúvidas, dilemas, desconfortos… e percebo um padrão de três principais formas das pessoas focarem nessas questões que fazem muita diferença nos resultados que obtêm – e as apresento aqui.

A primeira delas tem relação com o foco no passado. Nesse caso as pessoas se prendem em perguntar ‘por quê’ – ‘Por que foi assim?’, ‘Por que aconteceu assim?’, ‘Por que sou assim?’. Muitas vezes entender os ‘porquês’ vai ser muito importante (principalmente quando falamos de uma situação de terapia e saúde emocional), mas, ficar nos ‘porquês’ nos mantém no passado enquanto ali ficamos – isso é fato.

A segunda forma das pessoas lidarem é manter o foco no presente. Nesses momentos elas olham para o hoje com juízo de valores, muitas vezes se punindo por aquilo que percebem/enxergam, outras tantas vezes se justificando ou até negando alguns aspectos. Esse foco no presente mantém as pessoas… no presente. A tendência é que não se movimentem pra frente enquanto ficam focando essencialmente no hoje, se culpando, justificando, explicando…

O que é muito poderoso é a terceira forma de lidar com as situações. Nesses casos as pessoas percebem que são ou estão em determinado momento e que às vezes isso independe de ‘porquês’ – simplesmente é. Aqui elas não atribuem juízo de valores, mais olham para o que têm e o que não têm, o que está e não está de uma forma genuína e sincera, liberando-se para lidar com as coisas como são e dessa forma tendo mais elementos e espaço mental e emocional para definir metas e construir um futuro de uma forma que faça sentido para elas.

Dentre tantos exemplos que poderia dar, trago o de um cliente recente que ficou algum tempo de nosso trabalho focando nos ‘porquês’… Ele queria entender por que as coisas eram como eram, por que ele agia como agia… E enquanto avançávamos em nosso processo de desenvolvimento ele buscou uma literatura e se identificou muito com um conceito de temperamentos (segundo a teoria de Hipócrates e grande referência entre os séculos 4 a.C. e 17 d.C.) – em especial com o temperamento sanguíneo.

O insight que veio para ele foi que talvez aquilo a respeito do que ficava tentando entender motivos, origens e explicações na verdade se tratava de um temperamento – algo que simplesmente era. E, ao ver dessa forma simples e bem resolvida sua mentalidade foi impactada, bem como seu juízo de valores a respeito do que percebia em si mesmo. Com isso, passou a olhar para si de uma maneira muito mais eficiente, perguntando-se o que poderia usar de seu temperamento a seu favor e o que faria sentido lapidar ou gerenciar para chegar onde queria.

Importante lembrar que às vezes será essencial entender o passado que motiva o presente, para que então ele possa ser ressignificado e possamos avançar para o futuro (o que é essencialmente trabalhado em terapia). O ponto desse texto tem relação com aquilo que ‘simplesmente é’ e que, ao ser visto dessa forma pode gerar grande libertação e avanço!

Agora pare pra pensar… Onde você está olhando no que se refere a seu momento e a si mesmo? Será que está buscando ‘porquês’, ou atribuindo juízo de valores e se punindo/cobrando/defendendo daquilo que percebe hoje, ou você está conseguindo olhar para as coisas de forma mais objetiva e pragmática, percebendo que algumas coisas ‘simplesmente são’ e visualizando onde quer chegar, sendo muito mais eficaz para tomar os caminhos que o levarão até lá?

Ajuste seu foco e avance!

É isso aí.

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