No filme O Todo Poderoso, Bruce (Jim Carrey) e Deus (Morgan Freeman) têm um diálogo final em que Deus diz algumas coisas a Bruce:
“O verdadeiro milagre é uma mãe que tem dois trabalhos e ainda acha tempo para levar seu filho para aprender futebol… ou um adolescente que diz não às drogas e sim à educação… As pessoas querem que eu faça tudo para elas mas não se dão conta de que têm o poder. Você quer ver um milagre? Seja o milagre.”
Gosto muito dessa passagem… No dia a dia, gastamos muita energia gerando expectativas de que outros se comportem como achamos adequado, que façam, se mobilizem, ajam… e ficamos muito frustrados quando as pessoas não respondem como nós responderíamos, ou como gostaríamos que elas respondessem.
Partimos do pressuposto de que as pessoas são iguais, que funcionam e agem da mesma maneira, mas não paramos para pensar que nem mesmo as listras das zebras ou tigres são iguais… quanto mais nossa complexa natureza humana.
Ficamos indignados ao imaginar a intenção por trás dos comportamentos diferentes, mas não sabemos que nossos cérebros, personalidade e histórias nos fazem muito singulares e, por isso, criamos falsas expectativas.
Mas, o que aconteceria se, ao invés de exigirmos dos outros, respondêssemos consistentemente como acreditamos ser o correto? E se plantássemos o fruto que queremos colher, independentemente do cenário que nos rodeia?
Imagine uma situação em que você entra numa sala cheia de pessoas e alguém o desrespeita. Agora pense nesses diferentes cenários:
Cena 1: Você não “deixa barato”, não “se rebaixa”, e dá uma resposta bem afiada, no mesmo nível da ofensa que lhe foi causada.
Cena 2: Você se conecta com a diferença que quer ser e opta por plantar respeito. Você olha para a pessoa, responde ao conteúdo com propriedade, mas de forma respeitosa.
Pergunta: na cena 1, qual sua diferença para aquele que o desrespeitou? E na cena 2, quem foi a diferença; quem gerou o cenário de respeito que você (e tantos outros) valoriza?
Sabe, cientistas sociais ensinam que, quando pessoas se comportam de uma determinada maneira, há uma grande possibilidade de outros agirem da mesma forma, e principalmente se esse modelo for consistente. Ou seja, se você for consistente em plantar aquilo que quer colher, eventualmente poderá ver as pessoas se comportando de forma parecida.
Daí fica meu convite para sua reflexão sobre a passagem do filme O Todo Poderoso… pare e pense… o que você tem exigido dos outros? Quanto isso tem lhe custado? Você quer ver a diferença no mundo? Seja a diferença!
É isso aí.