Começo esse texto trazendo uma palavra grega como base ao conceito de verdade, a qual é usada numa das referências mais antigas de conhecimento e sabedoria – a Bíblia Sagrada – e foi usada para batizar a 24ª fase da operação Lava Jato. Essa palavra é Aletheia. Ao final do texto deixo a definição completa com respectiva referência, mas pra começar pego uma parte em especial: “2a) verdade como excelência pessoal; 2a1) sinceridade de mente, livre de paixão, pretensão, simulação, falsidade, engano.”

Sigamos…

Por que falar de verdade? Porque tanto esse é um valor essencial da R122 como um valor essencial meu e, sendo assim, ele está impregnado em tudo que fazemos e acreditamos piamente que ele pode ser um combustível poderosíssimo para transformação de pessoas e ambientes. Será? Me acompanha aqui…

Verdade, para nós, se aplica a 3 aspectos: pessoas, relações e ambientes.

Pessoas

Desde os princípios e os valores da pessoa, bem como a coerência desses pontos em suas ações, até o autoconhecimento genuíno, sincero e honesto, chegando à forma com que ela lida sobre o que vê a respeito de si mesma.

Ou seja, a verdade no aspecto “pessoas” tem relação com aceitar e lidar com objetividade, clareza e leveza com o que tenho e o que não tenho; onde estou e onde não estou; o que preciso desenvolver e no que já sou desenvolvido; etc. Eu me vejo de forma genuína e lido com o que é com aceitação e pragmatismo, sem “mimimi” e com foco no aprendizado e desenvolvimento contínuo.

Relações

A partir da capacidade de ser genuíno consigo mesmo, vem a parte da vulnerabilidade, que é a capacidade que a pessoa tem de mostrar – também com verdade – onde ela está. Importante saber que a vulnerabilidade tem como efeito colateral a redução de “defensivas” nos interlocutores, o que é praticamente uma epidemia em contextos corporativos e algo extremamente improdutivo.

Assim, a verdade no aspecto das relações é a combinação do autoconhecimento genuíno e da vulnerabilidade produtiva. Eu não somente sou verdadeiro ao me enxergar e lidar comigo mesmo, como sou verdadeiro ao mostrar onde estou para as pessoas ao meu redor, focando tanto na produtividade como nas alianças de longo prazo. Imagine um ambiente onde todas as pessoas agem assim… Isso nos leva ao terceiro aspecto.

Ambiente

Um “ecossistema” (como hoje se usa muito no contexto de gestão – eu particularmente prefiro usar só sistema) em que as pessoas e as relações são verdadeiras. A comunicação é constante e genuína e há uma clareza generalizada sobre as agendas pessoais e os nortes organizacionais, havendo também generosidade na forma com que as pessoas falam, se escutam e cuidam daquilo que escutam. As pessoas entendem “quem está onde”, quais os papeis, expectativas, desapontamentos, dificuldades, forças, o que funciona e não funciona, onde as coisas estão e onde deveriam estar…

Isso tudo leva a um nível de maturidade coletivo, em que as pessoas se abrem mais para criar, testar, inovar e fazer alianças. Além disso, um ambiente assim é uma verdadeira “gasolina” para o cérebro, que prefere viver em contextos que trazem segurança, liberdade de escolha e inovação. E, quando tudo é associado a desafios estimulantes, daí temos um ambiente de altíssimo desempenho!

Claro que ao pensarmos nesse aspecto da verdade nos ambientes temos de levar em consideração questões estratégicas que precisam ser cuidadas de maneira mais confidencial. Ainda assim, um ambiente verdadeiro comporta isso com maturidade, uma vez que a regra do jogo é clara e as pessoas aderem a ela de forma genuína e pragmática.

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Sim, o que estou colocando aqui parece um universo utópico e até meio fantasioso – especialmente com o que estamos acostumados a acreditar sobre pressão x produtividade, bem como o instinto de sobrevivência e conquista – totalmente automático no ser humano. Em geral os ambientes são imaturos e a vulnerabilidade pode custar caro em alguns contextos… Sei muito bem disso.

Mas o fato é que estudo após estudo mostram que quanto mais verdadeiros são os ambientes, mais produtivos eles também são. Ou seja, algo que a priori parece ser extremamente “soft” e papo de abraçar árvore… “vamos falar sobre a verdaaaaadeeeee….”, na realidade tem impactos “hard”, como o aumento da produtividade.

Então o que queremos com a verdade é fomentar isso tudo… nossa bandeira é passar longe das “caras e bocas” e fomentar a transparência e a maturidade, com o propósito de, sim, gerar um mundo melhor pra todo mundo, mas também impactar até mesmo a economia de todo um país. Por que não?

Acreditamos fundamentalmente nisso: pessoas de verdade se relacionando de forma verdadeira e gerando ambientes verdadeiros que, justamente por serem assim, são muito mais produtivos, eficientes e eficazes… e a ciência nos embasa para buscar tudo isso!

E aí? Como esse conhecimento pode transformar você, suas relações e sua produtividade? Reflita, tome suas decisões e aja! Você pode ser a diferença onde está e iniciar um movimento novo e totalmente transformador!

É isso aí.

Aletheia, conforme o Dicionário Strong (Léxico, Hebraico, Aramaico e Grego, 2002, SBB). “1) Objetivamente; 1a) que é verdade em qualquer assunto em consideração; 1a1) verdadeiramente, em verdade, de acordo com a verdade; 1a2) de uma verdade, em realidade, de fato, certamente; 1b) que é verdade em coisas relativas a Deus e aos deveres do ser humano, verdade moral e religiosa; 1b1) na maior extensão; 1b2) a verdadeira noção de Deus que é revelada a razão humana sem sua intervenção sobrenatural; 1c) a verdade tal como ensinada na religião cristã, com respeito a Deus e a execução de seus propósitos através de Cristo, e com respeito aos deveres do homem, opondo-se igualmente as superstições dos gentios e as invenções dos judeus, e as opiniões e preceitos de falsos mestres até mesmo entre cristãos; 2) subjetivamente; 2a) verdade como excelência pessoal; 2a1) sinceridade de mente, livre de paixão, pretensão, simulação, falsidade, engano.”

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