Não, esse texto não é escrito por um personal stylist e nem se propõe a ajudá-lo a arrumar melhor suas roupas… Esse título é motivado por duas coisas que “vivo” com meu próprio armário.

Não suporto a ideia de não saber o que tenho ou de ver que há coisas que não uso. Por isso tenho uma regra – se algo novo entra, outra coisa tem de sair. Mesmo que seja uma ótima peça quase sem uso, alguém fará melhor uso do que eu. Como resultado, eu abençoo pessoas e sempre sei o que tenho e uso o que mais me representa.

Outra coisa que gosto de fazer é a seguinte. Temos clientes de diversos segmentos e culturas, e confiança e parceria são valores centrais pra nós. Uma coisa sobre criar vínculos tem relação com a identificação, e a apresentação pessoal tem papel importante nisso. Se uso um tailleur para conversar com um jovem de uma .com não vou criar conexão, da mesma forma que se usar jeans rasgado para trabalhar com um escritório de fusões e aquisições. É difícil querer conhecer o conteúdo quando o pacote não agrada, certo? Por isso, sabendo o que tenho, uso as peças me adequando a cada situação.

E a ideia desse texto é fazer um paralelo disso com conhecer e “usar” quem somos para atingir nossos objetivos.

Você já parou pra perceber como é comum olhar para o que não temos e focar no desenvolvimento a partir de perspectivas absolutas? Por exemplo, “eu tenho de ser mais analítico”, “você não pode falar com as pessoas assim”, “você não sabe fazer do jeito certo”, “eu preciso saber tanto quanto eles”, e por aí vai. Somos campeões em criticar e, particularmente quando criticamos os outros, somos campeões em ter respostas e fórmulas de coisas que as pessoas deveriam ter ou fazer.

Nas interações com meus clientes existe um aprendizado inerente aos processos: quão importante é que a pessoa conheça quem é e o que tem para chegar onde deseja. E a grande descoberta (e ótima notícia) é que os processos mais bem-sucedidos incidem na compreensão de que podemos usar o que temos para desenvolver o que não temos.

Como seria usar a minha própria matéria-prima para chegar onde quero? Veja alguns exemplos:

-Um gestor altamente intuitivo precisa desenvolver organização e planejamento. Enquanto recorre a métodos absolutos tem um índice de sucesso “x” mas, quando começa a descobrir o que funciona para si próprio e a partir de seus quadros de referência únicos, seu índice de sucesso tem um incremento exponencial.

Uma líder que sempre tenta atender às expectativas de seus pares em se apresentar de forma racional e científica e que tem grande dificuldade com isso, até que em algum momento descobre que consegue ler as pessoas e que possui recursos para falar com cada um de forma personalizada, gerando vínculos muito mais fortes e conversas muito mais produtivas.

Há outros tantos exemplos que poderia trazer e o princípio do armário faz muito sentido, pois essas pessoas aprenderam as “roupas” que têm e como “usá-las” a seu favor, ou seja, aprenderam sobre si mesmas e a usar o que têm para desenvolver o que não têm, assim chegando onde querem.

E a partir dessa conclusão quero convidá-lo para refletir. Que peças verdadeiramente o representam no seu armário… ou seja, que aspectos verdadeiramente o representam na vida? Que tal começar a usar o que você tem de uma forma inteligente e criativa para chegar aos resultados que deseja?

Seja cientista de si mesmo e divirta-se com o processo!

É isso aí.

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