Resiliência é um termo que originariamente se refere à resistência de um material e sua capacidade de retomar suas características originais após ser submetido a grande pressão.

Esse termo foi adequado a nossa resistência, como humanos, de continuarmos ‘sãos’ e em pleno funcionamento mental e emocional em condições de alta pressão. Daí é dito que algumas pessoas têm mais ou menos resiliência, o que significa lidar melhor ou pior com a pressão.

É justamente pensando na situação de pressão que escrevo esse texto.

Conversando com um cliente, escutava quanto vive num forte momento de pressão e como isso o está levando a considerar uma possível desistência… e isso é algo que acontece com todas as pessoas diariamente. Chegamos a picos de estresse e pressão e imaginamos que não será possível dar conta, o que muitas vezes é real e precisa ser respeitado.

Mas… enquanto meu cliente falava pensei em algo que compartilhei em nossa conversa… Não sou geóloga, mas sei que diamantes – desejados por todos – são formados a partir da submissão de minerais a enormes pressões e calor durante longos períodos, sem contar a posterior lapidação feita hoje a laser, que só de encostar corta perfeitamente um dos materiais mais duros que existem. E, mais do que isso, o que é hoje um diamante foi em algum momento um simples mineral cheio de carbono… sem brilho, maleável e sem valor.

Outra coisa que também entendo sobre o processo de formação do diamante é que seu grau de pureza está diretamente ligado a componentes distintos do carbono que nele permanecem, os quais por sua vez também são sujeitos ao ‘quanto’ e ao ‘quando’ – ou seja, quanto de pressão e calor, mais quanto tempo de exposição a esses fatores para que haja purificação.

E, com base nessas reflexões, compartilhei com meu cliente perguntas que faço pra mim mesma e a todos que lerem esse texto: E se as pressões que você lida hoje forem necessárias para transformá-lo num perfeito diamante? E se a quantidade e a duração da pressão e calor que vive hoje forem fundamentais para determinar a qualidade do diamante que será formado no futuro?

Gosto muito de uma obra escrita por Paul Stoltz e Erik Weihenmayer chamada As Vantagens da Adversidade. No livro, escrito por um PhD e um alpinista que se tornou cego em determinado momento da vida, há muitas lições sobre como lidar de maneira mais produtiva com as pressões e adversidades.

Ali Erik conta sobre seu processo de perda de visão e de como ‘saiu do outro lado’, tornando-se o primeiro alpinista cego a escalar o Monte Everest em 2001 e tendo, inclusive, levado um grupo de pessoas especiais ao topo daquela montanha. Erik se tornou referência de resiliência e um diamante genuíno e puro que, assim como outros diamantes que existem por aí, nos inspiram a persistir e escalar grandes montes!

Sabe, se o mineral desistisse do processo no meio do caminho, ele seria apenas um mineral… talvez a pressão e o calor que você vive hoje sejam demais e realmente seja necessário parar e dar um passo pra trás. Mas talvez – e é necessário que se conheça profundamente o seu real grau de resistência e o potencial da pressão e calor que se vivem (leia em nosso blog: Talvez eu só precise descansar um pouquinho) – … talvez o que você vive hoje seja necessário para que você se torne um valioso diamante no futuro! Pense nisso.

É isso aí.

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